Please use this identifier to cite or link to this item: http://191.252.194.60:8080/handle/fdv/214
metadata.dc.type: Dissertação
Title: Profissões médicas e violência obstétrica: expertises, monópolios, autoridades e medicalização
metadata.dc.creator: Káo Yien, Márcio André de Sousa
metadata.dc.contributor.advisor1: Santos, André Filipe Pereira Reid dos
metadata.dc.contributor.referee1: Pazó, Cristina Grobério
metadata.dc.contributor.referee2: Montagner, Miguel Ângelo
metadata.dc.description.resumo: A violência obstétrica é uma das mais pérfidas formas de violência contra a mulher exatamente porque viola sua dignidade quando ela está no contexto de particular vulnerabilidade, que é o período de gestação, pré-parto, parto e puerpério. A violência obstétrica relaciona-se diretamente com a prática das profissões médicas, cujo campo profissional é marcado pela busca pelo monopólio da expertise e do monopólio dos serviços de saúde, bem como pela existência de uma ação pedagógica nas faculdades de medicina marcada pela incorporação de um habitus profissional e de padrões de violência simbólica. A prática médica, por sua vez, também é marcada pela autoridade cultural dos médicos sobre os pacientes e sobre as demais ocupações no mercado da saúde, cuja forma de interpretar o atendimento é feito sob a ótica da medicina. A consequência é a medicalização e uma iatrogenia clínica, social e cultural, que repercute no adoecimento dos indivíduos, na perda da autonomia sobre o meio e no servilismo em relação à terapêutica. Este processo de medicalização também se verificou na história brasileira. As profissões médicas formaram um mercado monopolizado e pautado em um conhecimento especializado que na prática é lidado de forma exotérica. Na obstetrícia, o monopólio médico significou a exclusão das tradicionais parteiras, bem como a retirada do protagonismo da mulher no contexto da própria parturição. Este cenário criou margem para o estabelecimento de diversas formas de violência, objetificação e apropriação do corpo feminino, que foram combatidas posteriormente pelos movimentos de humanização do parto e por legislações como o projeto de lei 7633 de 2014, que trata sobre a violência obstétrica. No trabalho de campo buscou-se analisar as hipóteses da pesquisa e verificar a forma em que os médicos da instituição lidam com temáticas como a lei do acompanhante, a episiotomia de rotina, as cesarianas, a reinserção das profissões paramédicas no atendimento e demais questões que envolvem a problemática da violência obstétrica.
Abstract: Obstetric violence is one of the most insidious forms of violence against women precisely because it violates their dignity when they are in the context of particular vulnerability, which is the period of gestation, antenatal, delivery and postpartum. Obstetric violence is directly related to the practice of the medical professions, whose professional field is marked by the pursuit of monopoly of expertise and the monopoly of health services, as well as the existence of a pedagogical action in medical schools marked by the incorporation of a professional habitus and symbolic violent patterns. Medical practice is also marked by cultural authority of doctors on patients and on other occupations in the health market, whose way of interpreting the service is done from the perspective of medicine. The consequence is the medicalization and a clinical, social and cultural iatrogenesis, which affects illness on individuals, as well as loss of autonomy on the environment and servility in relation to the medical treatment. This medicalization process also took place in Brazilian history. Medical professions have formed a monopolized market that is ruled by a specialized knowledge, but in practice dealt in exoteric terms. In obstetrics, the medical monopoly meant the exclusion of traditional birth attendants, midwives, as well as the removal of the woman's role in the context of their own parturition. This scenario has created scope for the establishment of various forms of the female body objectification and violence, which were then addressed by the movements for the humanization of childbirth and legislations such as the bill 7633 of 2014, which deals with obstetric violence. In the fieldwork done in the institution was sought to analyze the hypotheses of this research and confirm the way the doctors of the institution deal with issues such as the law of the escort, routine episiotomy, caesarean sections, reintegration the paramedical professions in care and other issues surrounding the problem of obstetric violence.
Keywords: Profissões médicas
Violência obstétrica
Exoertise
Monopólio
Autoridade
Medicalização
metadata.dc.subject.cnpq: Direito
metadata.dc.language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Faculdade de Direito de Vitoria
metadata.dc.publisher.initials: FDV
Citation: KÁO YIEN, Márcio André de Sousa. Profissões médicas e violência obstétrica: expertises, monópolios, autoridades e medicalização. 2016. 127 f. Dissertação (Mestrado em Direitos e Garantias Fundamentais) - Programa de Pós-Graduação em Direitos e Garantias Fundamentais, Faculdade de Direito de Vitória, Vitória, 2016.
metadata.dc.rights: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: http://191.252.194.60:8080/handle/fdv/214
Issue Date: 8-Mar-2016
Appears in Collections:Dissertações

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
MÁRCIO ANDRÉ DE SOUSA KAO YIEN.pdf1.13 MBAdobe PDFView/Open


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons