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Tipo: Dissertação
Título: Habitus patriarcal e violência obstétrica: biologização do social, controle patriarcal dos corpos e violação dos direitos fundamentais das grávidas, parturientes e puérperas
Autor(es): Gomes, Isabella Grobério
Primeiro Orientador: Bussinguer, Elda Coelho de Azevedo
Segundo Orientador: Santos, André Filipe Pereira Reid dos
metadata.dc.contributor.referee1: Diniz, Carmen Simone Grilo
metadata.dc.contributor.referee2: Andrade, Maria Angélica Carvalho
Resumo: A violência obstétrica, prática comum nos hospitais e maternidades brasileiros, é toda a ação que atenta contra a dignidade e integridade da mulher durante a gestação, parto e puerpério. A presente pesquisa buscou responder se, com base nas concepções teóricas de Bourdieu acerca do habitus e da construção de Saffioti sobre o sistema patriarcal-racista-capitalista de dominação-exploração, é possível afirmar que o habitus patriarcal prevalece à ciência e às evidências científicas na prática obstétrica brasileira? Para tanto, contextualizou-se a incidência da violência obstétrica no país, considerando o índice de mortalidade materna e as sequelas da má assistência ao parto, nos setores público e privado; Buscou-se correlacionar as teorias de Bourdieu e Saffioti acerca do habitus, dominação masculina e o sistema patriarcal racista-capitalista de dominação-exploração, com a cultura de violência obstétrica no país; Analisou-se, sob a ótica da bioética feminista, como o habitus patriarcal se vuncula à própria história da medicina do parto, na construção da biopolítica foucaultiana e, inclusive no controle dos corpos especialmente vulnerabilizados; e, por fim, fora analisado se as práticas assistenciais desatualizadas, aplicadas rotineiramente nos partos das brasileiras, se fundamentam em ciência ou no habitus patriarcal. O trabalho observou que muitas das práticas de assistência ao parto não possuem eficácia científica e que, portanto, o habitus patriarcal impera sobre a ciência. As brasileiras são rotineiramente submetidas a intervenções que as mutilam e machucam não em razão do sucesso do parto, mas por serem mulheres e, portanto, terem a reprodução como sua principal função, custe o que custar a seu próprio corpo. A violência obstétrica é ainda mais comum contra as gestantes mais vulneráveis - pretas e pobres -, uma vez que são enxergadas como reprodutoras inferiores, por que são dominadas e exploradas pelo racismo e capitalismo, respectivamente
Abstract: Obstetric violence, a common practice in Brazilian hospitals and maternity hospitals, is any action against the dignity and integrity of women during pregnancy, childbirth and the puerperium. This research sought to answer whether, based on Bourdieu's theoretical conceptions about habitus and Saffioti's construction on the patriarchal racist-capitalist system of domination-exploitation, it is possible to affirm that patriarchal habitus prevails over science and scientific evidence in Brazilian obstetric practice? To this end, the incidence of obstetric violence in the country was contextualized, considering the maternal mortality rate and the consequences of poor childbirth assistance, in the public and private sectors; We sought to correlate the theories of Bourdieu and Saffioti about habitus, male domination and the patriarchal racist-capitalist system of domination-exploitation, with the culture of obstetric violence in the country; It was analyzed, from the perspective of feminist bioethics, how the patriarchal habitus is attached to the history of childbirth medicine, in the construction of Foucault's biopolitics and, even in the control of specially vulnerable bodies; and, finally, it was analyzed whether outdated care practices, routinely applied in Brazilian births, are based on science or patriarchal habitus. The study noted that many childbirth care practices are not scientifically effective and, therefore, patriarchal habitus prevails over science. Brazilian women are routinely subjected to interventions that mutilate and hurt them not to ensure the success of childbirth, but because they are women and, therefore, reproduction is seen as their main function, no matter what it costs to their own bodies. Obstetric violence is even more common against the most vulnerable pregnant women - black and poor -, since they are seen as inferior reproducers, because they are also dominated and exploited by racism and capitalism, respectively
Palavras-chave: Violência obstétrica
Habitus patriarcal
Intervenções obstétricas
Medicina Baseada em Evidências
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Faculdade de Direito de Vitoria
Sigla da Instituição: FDV
metadata.dc.publisher.department: Departamento 1
metadata.dc.publisher.program: PPG1
Citação: GOMES, Isabella Grobério. Habitus patriarcal e violência obstétrica: biologização do social, controle patriarcal dos corpos e violação dos direitos fundamentais das grávidas, parturientes e puérperas. Orientador: Elda Coelho de Azevedo Bussinguer. 2021. 93 f. Dissertação (Mestrado em Direitos e Garantias Fundamentais) - Programa de Pós-Graduação em Direitos e Garantias Fundamentais, Faculdade de Direito de Vitória, Vitória, 2021.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://191.252.194.60:8080/handle/fdv/1434
Data do documento: 18-Mar-2021
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